Bolsonaro oferece cargos a partidos em troca de sustentação no Congresso
Sem apoio no Congresso e com a popularidade em queda, o presidente Jair Bolsonaro tenta agora montar uma base de sustentação parlamentar com o antigo Centrão, oferecendo cargos em troca de votos. A estratégia busca rachar o bloco ao isolar o DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), a quem Bolsonaro se refere como um político que age para promover o seu impeachment.
Desde o mês passado, quando a crise do coronavírus se agravou e a demissão do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), entrou no radar, Bolsonaro começou a se reunir com presidentes e líderes de partidos do grupo batizado como “Centrão raiz”, entre os quais PP, PL, PSD e Republicanos. Mas não convidou o DEM, que também integra o bloco.
O DEM deverá perder o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e da Parnaíba (Codevasf), que deve ser entregue ao PP do senador Ciro Nogueira. Além disso, a direção e as superintendências do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), hoje com militares, podem ficar com o PL de Valdemar Costa Neto. Em governos passados, o partido de Valdemar tinha o domínio da área de transportes.
Na dança das cadeiras, o Banco do Nordeste também terá novos ocupantes. De acordo com líderes de partidos ouvidos sob a condição de anonimato, as negociações envolvem, ainda, prioridade na liberação de emendas parlamentares para o combate à pandemia do coronavírus. Dos R$ 8 bilhões anunciados por Bolsonaro em março, apenas R$ 119 milhões (1,5%) saíram dos cofres públicos até agora.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
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