O Palácio do Planalto não esconde de ninguém que quer o arquivamento, o mais rápido possível, do inquérito das fake news. Desde o início da investigação, o clã Bolsonaro e seus ministros mais próximos se preocupam com o possível desdobramento no Congresso das apurações comandadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Apesar de os parlamentares viverem em um eterno clima de desconfiança com as boas intenções (entrega de cargos) do governo, integrantes do Planalto acreditam que poderão contar com o centrão, por exemplo, se precisarem de apoio na CPI das Fake News. Seria a compensação pelo “toma lá dá cá” que está sendo efetivado. Entretanto, sabem que enfrentarão problemas caso o centrão tenha que escolher entre o presidente e ministros do STF.
Nesta quarta-feira (27), um detalhe crucial da decisão de Alexandre de Moraes alarmou ainda mais governistas: o pedido de quebra de sigilo de empresários apoiadores de Bolsonaro abrange o segundo semestre de 2018, período em que ocorreram as eleições que levaram o presidente ao Planalto.
O motivo da preocupação: que eventuais apurações que remetam às eleições 2018 sejam usadas em ações que pedem a cassação do mandato de Bolsonaro e de Mourão e que estão pendentes no Tribunal Superior Eleitoral.
Por Andreia Sadi, no G1