Câmara aprova PEC que torna FUNDEB permanente

Com amplo apoio das bancadas de todos os matizes ideológicos, a Câmara dos Deputados aprovou na noite de terça-feira (21), em dois turnos a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna permanente o FUNDEB, o fundo de financiamento da educação básica no país. Ao incorporar sugestões feitas pelo governo de última hora, o texto da relatora, deputada Professora Dorinha (DEM/TO), prevê uma elevação da parcela da União no fundo dos atuais 10% para 23% em seis anos. A versão anterior previa um repasse federal de 20%.
“Essa Casa assume um compromisso público com a educação brasileira”, disse Dorinha, durante a discussão da proposta em plenário. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), elogiou o governo que “dialogou” no debate e permitiu se encontrar um caminho. “Aqui estamos fazendo história hoje e com muita responsabilidade”, disse. “São despesas que são investimentos nas nossas crianças”, completou.
Agora a proposta segue para o Senado Federal. Se os senadores aprovarem a matéria em dois turnos, ela será promulgada e passará a vigorar. A relatora da proposta na Câmara dos Deputados não acatou sugestão que chegou a ser feita pelo Executivo para que 5% do fundo financiasse a transferência de renda a famílias com crianças em idade escolar e pré-escolar, dentro do Renda Brasil —o programa que o governo quer criar para substituir o Bolsa Família, uma marca registrada dos governos petistas.
Na conclusão da votação do primeiro turno, os deputados aprovaram um destaque que retira a compensação da Lei Kandir como um das fontes de financiamento do FUNDEB. O atual FUNDEB iria ser encerrado em dezembro deste ano e o governo cogitou só retomá-lo em 2022, deixando o próximo ano sem esse aporte de recursos federais para Estados e municípios. Mas o parecer manteve o repasse ininterruptamente.Na votação em segundo turno, a Câmara dos Deputados rejeitou um destaque apresentado pelo Novo que tentava retirar um instrumento chamado CAQ (Custo Aluno-Qualidade). Ele prevê um repasse mínimo de recursos por estudante em cada escola.
Na véspera da votação, o Palácio do Planalto – Presidência da República tentou pressionar parlamentares a adiar a votação da proposta para a quarta-feira, mas tanto o presidente da Câmara dos Deputados quanto a relatora da matéria se posicionaram contra. Mais cedo nesta terça, lideranças do centrão chegaram a apresentar um requerimento de adiamento da votação da PEC, mas retiraram o pedido.
Fonte: Reuters



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