Operação contra Ciro Gomes causa incômodo na PF

A operação da Polícia Federal deflagrada nesta manhã contra os irmãos Ciro e Cid Gomes gerou grande incômodo entre integrantes no órgão. Delegados do alto escalão da PF criticaram, especialmente, a cronologia da ação que mirou o pré-candidato à presidência pelo PDT e seu irmão, que é senador.

Policiais apontam que as buscas e apreensões em endereços dos investigados só aconteceram quatro anos depois do processo ser instaurado, o que torna muito difícil que provas relevantes sejam colhidas. O caso foi aberto em 2017.

Os fatos apurados no inquérito remetem a um suposto esquema de corrupção nas obras da Arena Castelão, no Ceará, que teriam acontecido entre 2010 e 2013. A avaliação de delegados feita à coluna é que a ação policial “fará barulho, mas não será efetiva”.

— Esse modelo ‘lava-jatista’ de fazer um barulho enorme, desgastar a imagem da pessoa para depois ver se acha alguma prova tem prejudicado a imagem da PF — disse um delegado à coluna.

Outra preocupação com a operação desta quarta-feira entre os policiais é o reforço da mensagem propagada por desafetos do governo que a PF atua sob influência política, contra inimigos de Bolsonaro. Hoje, após a ação, Ciro Gomes afirmou que “Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial”.

Por Bela Megale, n’O Globo

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