O jogo político de Camilo Santana

O governador Camilo Santana age bem nos bastidores. Vai deixar o governo, mas, antes de sair do Abolição, está tornando o PT o segundo maior partido do Ceará em número de prefeitos, deputados estaduais e federais. A articulação mostra a capacidade do governador de se movimentar politicamente. Os futuros filiados estão saindo dos quadros do PC do B (Augusta Brito), Cidadania, (Júlio César Filho) e Nizo Costa (PSB), todos da base do seu governo.

Articulado, Camilo construiu sua saída do governo, ao lado de Cid Gomes. O projeto está dando certo. Foi um passo a passo bem elaborado e  executado. Nada vazou. Até agosto, será assim: tudo muito silencioso. Até, mesmo, a formação da chapa que será apresentada ao eleitorado cearense.

O plano traçado por Cid e Camilo prevê Izolda Cela assumindo o governo, após ser fortalecida popularmente, como foi feito, até aqui. A governadora terá a oportunidade de lançar seus projetos, entregar obras e construir uma imagem ainda mais forte. Paralelamente à Izolda, estarão no cenário os pré-candidatos Mauro Filho, Evandro Leitão e Roberto Cláudio e o pré-candidato ao Senado, Camilo Santana.

O contexto traçado remete a um projeto desenhado por marqueteiros, mas saiu da cabeça de Cid e Camilo, que se falam com frequência. O desenho não é fácil porque o campo de ação tem pedras no caminho. A eleição presidencial é um dos complicadores. Ciro Gomes está se mantendo em terceiro lugar, graças ao seu discurso duro contra Bolsonaro e Lula. A tática de Ciro é correta. Quem está na frente das pesquisas apanha. Qualquer marqueteiro, político ou jornalista sabe bem. A última pesquisa divulgada pelo Instituto FSB/Banco BTG, mostra Ciro descolando-se de Moro e consolidando-se em terceiro lugar, 15 pontos atrás do presidente Bolsonaro. Se Ciro crescer e o presidente cair, haverá chance. “Muita coisa vai acontecer até a eleição”, disse Cid, sobre o futuro do irmão. Camilo e ele terão que caminhar juntos, com Lula e Ciro no mesmo espaço local. Hoje, são apenas três rebeldes, pouco para um projeto amplo.

Até aqui, o que se nota é a certeza na qual o candidato ao governo não está escolhido, existem pistas. A frase de Cid, em entrevista ao Jornal Opinião, deixa claro que nada está resolvido: “Fatores externos farão parte da escolha”.

Fonte: Blog do Roberto Moreira

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