A dez dias do primeiro turno da eleição, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ser pessoalmente contra o piso de enfermagem e, temendo a repercussão negativa de sua fala na campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, abandonou uma entrevista que gravava com o jornalista Luís Ernesto Lacombe para a Rede TV.
Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, o ministro respondeu que ele “como cidadão” é contra o piso, mas se arrependeu logo em seguida. Por isso, pediu que a entrevista fosse interrompida e que não seja exibida.
Como mostrou o Estadão, Guedes virou alvo de fogo amigo no comitê do presidente Jair Bolsonaro. Nas reuniões de coordenação da campanha, em Brasília, o ministro é responsabilizado pelo cenário desfavorável e pela estagnação do presidente em pesquisas de intenção de voto.
Desde que o piso da enfermagem foi aprovado, o Ministério da Economia era contrário à medida pelo forte impacto que teria para Estados e municípios. A pasta temia que a conta, que pode chegar a R$ 16,5 bilhões, segundo cálculos, fosse empurrada para a União, seja por meio da correção da tabela do SUS ou outra ação.