Bloqueio de grupos pelo TSE deixa bolsonaristas desorientados em meio a atos golpistas

Uma ação coordenada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para derrubar grupos bolsonaristas no Telegram desalojou dezenas de milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro em meio às manifestações golpistas em vários estados do Brasil.

Desde a última terça-feira (1/11), o TSE derrubou uma série de chats que serviam de palco para a disseminação de convocações antidemocráticas, além de fake news, através de decisões mantidas sob sigilo. Além de desmobilizar a base radical do presidente derrotado nas urnas, a medida cria uma situação inédita e insólita para os seus apoiadores.

Isso porque uma série de grupos pró-Bolsonaro foi derrubada de uma só vez, o que prejudicou uma articulação para despistar a Justiça Eleitoral com novos grupos. Exatamente por esse motivo, deixaram muitos bolsonaristas desorientados no momento em que estes chats fervilhavam com os atos a favor de uma intervenção militar em rodovias e quartéis pelo país.

Quatro grupos monitorados pela equipe da coluna há um ano foram derrubados. Ao acessá-los, o Telegram exibe a mensagem “Esta comunidade foi bloqueada no Brasil por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)” ou “Este grupo não pode ser exibido porque violou as leis locais”.

O maior deles, intitulado “Super Grupo B-38 Oficial”, tem 59 mil participantes e era o maior grupo bolsonarista público do Telegram. O grupo quase triplicou de tamanho desde que começou a ser monitorado pela equipe, em 2021 – graças à mobilização da militância radical para pautas como o voto impresso e as manifestações do 7 de setembro nos últimos dois anos.

Procurado, o TSE não informou quantos grupos foram retirados do ar.

Apartados da mobilização digital, apoiadores do presidente sentiram o baque. Silvio Grimaldo, um dos discípulos mais próximos do falecido guru bolsonaristas Olavo de Carvalho, usou o Twitter para atacar a Justiça. “Vejam o TSE! (A) Eleição já foi… Mas a censura ficou”, diz a publicação, que recebeu 25,5 mil curtidas e foi reproduzida mais de 6,5 mil vezes na rede social.

Também entraram na mira perfis oficiais como o da deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP), como também mostramos nesta matéria do blog. O “apagão” lembra o banimento do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a invasão do Capitólio por seus apoiadores em uma tentativa de impedir a confirmação da vitória do democrata Joe Biden pelo Congresso.

Fonte: O Globo

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