Em crise, planos de saúde renegociam pagamentos a hospitais e devem limitar redes e elevar reajustes

Amargando prejuízo operacional de R$ 10,9 bilhões no ano de 2022 até setembro — último dado disponível na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) —, os planos de saúde estão passando um pente-fino nas contas. Pressionadas pelo aumento de consultas, exames e procedimentos feitos pelos segurados (em parte por causa do represamento imposto pela pandemia) e pela dificuldade de repassar essa alta nos custos às mensalidades, as operadoras olham com lupa as faturas para identificar cobranças duplicadas e fraudes. Também negociam com laboratórios e hospitais em busca de ampliação de prazos nos pagamentos e descontos nos preços contratados, com reduções que podem chegar a 30%.

Para o consumidor, a movimentação prenuncia reajustes maiores este ano nos planos coletivos, que concentram mais de 80% dos usuários da saúde suplementar, e limitações na rede credenciada.

A tendência é de oferta de planos mais enxutos, com coberturas regionais, redes mais restritas e com orientação de acesso pelo atendimento primário. Ou seja, uma estrutura na qual um clínico geral ou médico de família orientará o usuário sobre a necessidade de serviços especializados, como ocorre no SUS. O objetivo é reduzir desperdícios, facilitando a gestão da saúde do usuário para não pesar ainda mais nas mensalidades. Mas inevitavelmente isso trará como consequência menor liberdade de escolha no atendimento.

Fonte: O Globo

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