Integrantes da cúpula do PL têm notado um distanciamento maior entre Jair Bolsonaro e os ministros que ele indicou para o Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques e André Mendonça.
A avaliação de correligionários do partido é que o ex-presidente deveria estar se articulando junto a esses magistrados, em especial, Nunes Marques, para tentar ter um placar menos desfavorável a ele na ação sobre sua inelegibilidade. No dia 22 deste mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia o julgamento sobre o tema.
Um dos fatores lidos no PL como “mal presságio” para Jair Bolsonaro foi o fato de o ministro não ter votado no plenário virtual do STF no processo que decidiu o sucessor de Deltan Dallagnol na Câmara dos Deputados. A justificativa do gabinete foi a de que o magistrado estava em uma região do país onde o acesso à internet é instável.
Por 6 votos 3, a corte concluiu que a vaga ficou com Luiz Carlos Hauly, do Podemos, frustrando os planos do PL de ocupar a cadeira. O Supremo reverteu a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE), que tinha dado a vaga ao pastor Itamar Paim, do partido de Bolsonaro.
O PL e o próprio Bolsonaro dão como certa a cassação do ex-presidente no TSE. A leitura de mandachuvas da sigla, no entanto, é que seria um “péssimo cenário” ter Bolsonaro inelegível por unanimidade, ou seja, com votos dos sete ministros da corte a favor da cassação do capitão reformado.
Para a cúpula do PL, Jair Bolsonaro deveria estar empenhado em trazer os votos de Nunes Marques, que ele próprio nomeou, e Raul Araújo, que já mostrou alinhamento com o capitão em decisões durante a campanha eleitoral. Membros do partido apontam, porém, que o distanciamento entre Nunes Marques e Bolsonaro se deu porque o ex-presidente coloca na conta do magistrado ter angariado Gilmar Mendes como desafeto na Suprema Corte.
Interlocutores de Bolsonaro relataram que ele não tem mantifo contato direto com Nunes Marques e que os recados são enviados por meio de uma pessoa da família do ex-presidente.
As informações são da coluna da jornalista Bela Megale, n’O Globo