Menos jovens e mais idosos gera “crise” no mercado de planos de saúde

A “crise” no mercado de planos de saúde, que atravessa um cenário de prejuízos operacionais e alta sinistralidade, deve se aprofundar com a escalada da presença de idosos na base de clientes. O aumento dos já absurdamente caros preços é tratado por executivos do setor como uma das alternativas para ajudar a equilibrar as contas. O número de beneficiários com mais de 60 anos saltou de 3,3 milhões no ano 2000 para 7,3 milhões neste ano, atingindo o recorde da faixa etária em todos os tipos de contratação de planos de saúde, tanto nos individuais e familiares quanto nos coletivos empresariais ou por adesão, segundo análise do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) com base nos dados da ANS. Hoje, os mais velhos representam cerca de 14% do total de beneficiários.

O chamado índice de envelhecimento da saúde suplementar, indicador que compara os grupos etários das extremidades da população, ficou em torno de 74% no fim de 2022, ou seja, hoje há quase 74 idosos para cada 100 jovens com menos de 15 anos. Trata-se do maior patamar em duas décadas, quando o índice ficava abaixo de 50%, diz o IESS. Enquanto o número de consumidores com mais de 60 anos nos planos de saúde cresceu quase 27% na última década, as faixas etárias mais novas caminham no sentido contrário. O grupo dos jovens de 20 a 29 anos foi o que mais perdeu volume, com um recuo em torno de 18% entre dezembro de 2013 e o fim de 2022. No total de beneficiários, o crescimento não chega a 2% no período.

Fonte: Jornal O Estado CE

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