Com filiação de Izolda ao PSB, pode acontecer tudo, inclusive nada

Com a filiação de Izolda Cela ao PSB no próximo domingo (4/2) um leque de oportunidades se abre. Ela ingressa na legenda junto com o senador Cid Gomes e, espera-se, algumas dezenas de prefeitos. O PSB é alçado à condição de gigante na política cearense e o ato buscará mostrar essa força política. A entrada dela areja, de certa forma, uma solenidade que teria um grupo, inclusive o líder, algo desgastado após um ano de intrigas e conflitos. O que pretende a ex-governadora? A filiação não significa que ela será candidata, mas torna a hipótese possível.

Não faz nem dois meses, Izolda dizia não ter intenção de se filiar a partido nem de ser candidata este ano. “Todo mundo devia estar olhando era para o trabalho”, incomodava-se com a antecedência das discussões pré-eleitorais. Mas, o ano virou, os prazos se avizinham e construções políticas precisam ser feitas. Filiar-se ela já topou. Isso abre possibilidades. Nos próximos quatro meses, haverá alguns passos que precisarão ser dados para que ela possa vir a ser candidata a alguma coisa em algum lugar.

Izolda é um nome natural para a Prefeitura de Sobral, embora o mais cotado seja o chefe de gabinete do prefeito Ivo Gomes, David Duarte. Ela chegou a ser cogitada também como uma alternativa do governismo no confuso cenário de Caucaia. Até em Fortaleza ela foi cotada, principalmente antes de ficar mais claro que Evandro Leitão é a aposta do camilismo.

DOMICÍLIO ELEITORAL

A filiação pode ser apenas isso. Até abril, uma eventual candidatura precisará passar por outra decisão: o domicílio eleitoral. Izolda é eleitora de Sobral e, embora negasse intenção de ser candidata, afirmou se sentir honrada por ser mencionada. Seria o lugar mais natural para ela concorrer. Já foi primeira-dama — o marido dela, Clodoveu Arruda (PT), o Veveu, foi prefeito do Município.

Embora políticos de Caucaia ligados ao prefeito Vitor Valim (PSB) tenham ventilado o nome de Izolda, não sei o quanto a cogitação tem consistência à medida que a questão for aprofundada. Com qualquer nome, nunca é uma eleição fácil ou simples.

Sobre Fortaleza, a candidatura governista hoje é um debate entre cinco nomes do PT, sendo dois mais falados. Imaginar hoje o apoio do PT a uma candidatura fora do partido parece uma hipótese improvável. Mas a política percorre caminhos antes relegados à improbabilidade, então vejamos.

Até seis meses antes das eleições de outubro, no dia 6 de abril, ela precisará definir se mantém domicílio em Sobral ou se o transfere, e para onde. Se não transferir, a única opção para ela será Sobral.

DESINCOMPATIBILIZAÇÃO

Outro prazo que sinalizará as intenções ou planos para Izolda é 6 de junho, data-limite para deixar a secretaria-executiva do Ministério da Educação (MEC) para ser candidata a prefeita. Se ela ficar no cargo após esse dia, não poderá concorrer. Se sair até lá, as possibilidades seguem em aberto.

Uma questão a saber é a disposição de Izolda. Ela ocupa o segundo posto de um dos ministérios mais poderosos e de maiores orçamentos da Esplanada. Encontra-se com governadores, prefeitos e altas autoridades da República. Tem bastante relevância. E encaixa-se bem na função. Não sei pelo que ela estaria disposta a trocar o lugar em que está.

Porém, ao se filiar, não precisa decidir nada disso agora. Com o ingresso no PSB, pode acontecer tudo, inclusive nada. Ela se torna opção de candidatura em vários municípios-chave, mas não sei se alguma hoje é mais provável do que ela seguir onde está no MEC.

Por Érico Firmo n’O Povo

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