E se o PSB apresentar Izolda como opção em Fortaleza?
O PSB reestreia neste domingo (4/2), como um dos protagonistas da política estadual. Posto que ocupou de 2005 a 2013 e abandonou quando saiu o grupo que agora, em sua maioria, retorna. Chega com força e com nomes graúdos. O senador Cid Gomes busca recuperar espaço que perdeu de forma acentuada desde 2022. Ele se moveu intensamente para levar seu grupo a apoiar o governador Elmano de Freitas (PT) de forma oficial, com malas e cuias. Não me parece movimento de quem pretende ficar a reboque. Quererá ter voz e protagonismo e colocará na mesa a fatura do esforço demandado.
No campo do elmano-camilismo, a situação está encaminhada para a escolha de um candidato entre as cinco alternativas do PT. O predileto do ministro Camilo Santana (PT) é o presidente da Assembleia, Evandro Leitão. Luizianne Lins foi prefeita oito anos, candidata do partido nas duas últimas eleições e busca mais uma indicação. Há ainda Artur Bruno, Guilherme Sampaio e Larissa Gaspar. Mas, e se o PSB resolve apresentar ao grupo como alternativa a ex-governadora Izolda Cela?
CID E A RAZOABILIDADE
Há algum tempo, Cid Gomes considera que, com o PT no Governo Federal e no Governo do Estado, seria razoável apoiar um partido aliado à Prefeitura de Fortaleza. Não sei se mudou de opinião e, com a força política que pretende demonstrar domingo, estará disposto a assistir ao PT decidir quem lançará a prefeito para apresentar aos aliados.
O PT rompeu com o PDT em 2022 por defender que Izolda fosse candidata à governadora, em reeleição. Seria necessário certo esforço para justificar por que não lançá-la a prefeita de Fortaleza. Não seria simples dizer não.
Vale destacar, Cid é um animal político como poucos há no Ceará. Gosta e sabe mexer as peças. É afeito a surpreender, buscar soluções ousadas e inesperadas. Brinca com o improvável e vez por outra bagunça o ambiente. Como se dizia no Jardim América, ele é enxamista. Não será de espantar se ele resolver introduzir elementos de caos na rota traçada pelos atuais líderes do governismo.
Com qualquer candidatura, será difícil convencer o PT a abrir mão de ter candidato. A coisa avançou demais. O presidente Lula foi envolvido no processo. Evandro Leitão mudou de partido e colocou o mandato em um risco ao qual os demais deputados estaduais pedetistas não irão se expor. O partido é central na estratégia nacional petista. Provavelmente será a maior capital em que o PT terá candidato. Tentar lançar Evandro Leitão como candidato talvez já seja para Camilo Santana esticar demais com o partido. Que dirá, a essa altura, convencer o partido não ter candidato próprio na disputa.
CHANCES
Um interlocutor com acesso às tratativas em curso no PSB considera que Izolda Cela não teria tamanho político acumulado hoje para se impor ao PT e às pré-candidaturas de Evandro e Luizianne. Uma candidatura em Sobral é diferente.
O nome fora do PT que seria capaz de mudar o cenário, diz esse interlocutor, seria o de Cid Gomes. “Se ele disser ‘eu quero’, engessa Camilo e Elmano na hora. Zera tudo”, relata. Será?
Por Érico Firmo n’O Povo
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