Agente torce, fica feliz quando atleta ganha medalha. Mas, por que isentar os prêmios de pagar imposto? Se um jornalista recebe um prêmio internacional por uma grande reportagem, paga imposto. Por que não haveria de pagar? A oposição iniciou o movimento demagógico. O governo Lula (PT) embarcou no oba-oba e editou medida provisória. Governos gostam de fazer cortesia com o chapéu do contribuinte fundamentada em ufanismo e oportunismo. Quando a seleção masculina de futebol voltou dos Estados Unidos com o tetracampeonato, em 1994, não precisou pagar impostos pelas compras feitas por lá, com vários eletrônicos e outros itens. A bagagem era de 17 toneladas. A seleção do tri, em 1970, recebeu 25 fuscas de presente do então prefeito de São Paulo, Paulo Maluf. Pagos pelo contribuinte.
A iniciativa para isentar atletas de imposto pelas premiações vem na esteira das críticas, que são do jogo, às medidas em busca de arrecadação pelo governo brasileiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é chamado de “Taxad”. Ocorre que a taxação aos prêmios de atletas existe pelo menos desde o governo Médici, há 50 anos. Com Jair Bolsonaro (PL) presidente, aliados dele não tiveram a mesma preocupação que agora demonstram sobre os medalhistas serem vítimas de uma suposta ânsia arrecadatória. Na Olimpíada de 2021, em Tóquio, foram arrecadados R$ 1,2 milhão em impostos pagos sobre os prêmios de atletas.
O papel do estado no esporte
Se você quiser avaliar a política esportiva de um País, não acho que o parâmetro seja a posição no quadro de medalhas. Não acho que o foco do governo seja alto rendimento. Longe das cifras das estrelas do futebol masculino, mas têm o mínimo de estrutura e alguns, acesso a patrocínio. Entendo que a função do Estado é de fomento à prática de esporte, com perspectiva educacional, social e de saúde. É abrir oportunidades. Se mais gente praticar esporte e tiver chance de crescer, o País necessariamente terá mais gente competitiva. Esse é o caminho das potências esportivas no mundo todo.
Por Erico Firmo n’O Povo