O presidente do Instituto ECOA, Mendes Júnior, emitiu uma Carta Aberta à Secretaria da Cultura de Sobral lamentando a atitude dos atuais gestores que se removeram como gestores da página @falasecultsobral e abandonaram o perfil onde estão as memórias das ações culturais realizadas nos últimos oito anos e que estão ali registradas para a História.
Sendo Mendes, com essa atitude, o secretário, “esquecendo-se” de que fez parte daquilo que renega, resolveu “desconstituir” institucionalmente o que foi feito a duras penas pela classe artística sobralense.
Confira a Carta na íntegra, publicada na rede social Facebook.
“Com o respeito, que espero mútuo, desejo à nova gestão de Sobral sucesso e que concretize as aspirações da população, e isso estende-se à Secretaria de Cultura. Ser sobralense e viver na e a cidade é sinônimo de torcer pelo melhor. A gestão que se inicia é de todos e envio meus sinceros votos ao Prefeito e à sua equipe e que o tempo os façam justos com o povo mais humilde.
Administrar um município não se coaduna com personalismo e vaidade. O filósofo moralista do século XVII La Rochefoucauld disse: “A vaidade nos induz a fazer mais coisas a contragosto que a razão”. Causa espécie que a ainda não criada pela reforma administrativa Secretaria de Cultura tenha “desaparecido” com o portfólio das ações culturais da cidade nos últimos anos. De há muito – e é preciso compreender o papel das redes sociais na modernidade -, a cultura depende de ser mostrada, divulgada e nunca esquecida. O histórico dessas ações pertence a quem as construiu.
Ainda, não acredito que seja mandamento da gestão, haja vista que a Prefeitura criou novo Instagram sem “desaparecer” com as ações de outrora; outras secretarias preferiram dar prosseguimento às redes. O ex e futuro secretário, “esquecendo-se” de que fez parte daquilo que renega, resolveu “desconstituir” institucionalmente o que foi feito a duras penas pela classe artística sobralense. Volto a La Rochefoucauld: “A glória dos grandes homens deve sempre ser medida de acordo com os meios que empregam para adquiri-la.”
Um dos mandamentos administrativo, e que preservam o gestor, é evitar personalizar atos. O desrespeito não é a alguém específico, muito menos a mim, que estou honrosamente à frente do Instituto ECOA desde 2021, mas que estive presidente do conselho fiscal do ECOA nos anos de 2018 a 2020, justo na gestão do ex e atual secretário, mas à sociedade, à classe artística e aos profissionais que, ao longo dos anos, foram responsáveis por montar portfólio tão rico.
Política pública não é feita da noite para o dia e nem a duas mãos. Devemos sinceros agradecimentos a todos que fizeram e fazem a cultura de Sobral, a qual jamais será apagada. Não desmereçamos àqueles que lutaram pela cultura nem ao que no passado foi feito.”