Oscar Rodrigues ameaça retirar Sobral do Consórcio de Resíduos Sólidos da Região Norte

Alguém sensato precisa dizer ao prefeito de Sobral, Oscar Rodrigues, que o céu não é tão perto quanto ele pensa. Acostumado ao ritmo da iniciativa privada, o gestor parece ainda não ter compreendido que governar uma cidade exige diálogo, transparência e, sobretudo, respeito às instituições e à coletividade. A cadeira de prefeito não é um trono, e Sobral está muito longe de ser uma empresa da qual ele é o único dono.

Nesta quarta-feira (16/4), em entrevista ao radialista Oliveira Domingos, na Paraíso FM, Oscar Rodrigues anunciou, de maneira surpreendente e unilateral, a intenção de retirar Sobral do Consórcio de Resíduos Sólidos da Região Norte. A decisão veio após os atritos com o presidente do consórcio, Edinardo Rodrigues. Ouça a fala de Oscar – AQUI

Oscar alegou falhas na gestão do consórcio e no tratamento dos resíduos sólidos. Segundo ele, o lixo estaria sendo despejado a céu aberto e os catadores trabalhariam sem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o que, de fato, se confirmado, representa riscos sérios à saúde pública e pode configurar crime ambiental.

As denúncias são graves e merecem apuração rigorosa. Mas o que causa espanto é a forma como o prefeito escolhe tratar uma questão de interesse coletivo: com autoritarismo, rompendo parcerias institucionais sem qualquer debate público ou tentativa de solução conjunta.

A fala do prefeito gerou repercussão entre autoridades e moradores da região. Agora, a expectativa é que o Consórcio de Resíduos Sólidos se manifeste, esclareça os pontos questionados e, se necessário, apresente ações para corrigir os problemas.

Oscar Rodrigues precisa lembrar que foi eleito para governar com e para o povo, não para agir como dono da cidade. E quem governa com responsabilidade sabe que grandes decisões não se tomam no calor de embates, mas na frieza do diálogo e da razão.