Embora o calendário sugira o contrário, o tempo da política já está em 2026, com atores às voltas com as questões de praxe. Do lado da oposição, o desafio é pavimentar o caminho para um bloco coeso (e sobre isso talvez haja novidades em breve).
Da parte do governismo, para além de todo o debate em relação às vagas para o Senado, há um outro pairando, insolúvel: quem será vice de Elmano de Freitas (PT) na briga pela reeleição? Trata-se de costura não menos espinhosa, por um motivo: em caso de vitória ano que vem, Elmano sairia do Abolição ao final do segundo mandato (em 2030) para postular seja lá o que fosse, tal como se deu com o então governador Camilo Santana.
Novamente, parece horizonte distante ainda, mas, a despeito disso, o cálculo futuro impõe decisões já agora. Veja-se o que houve em 2022, quando a vice Izolda Cela assumiu o Executivo e, amparada na prerrogativa de concorrer a uma recondução, travou disputa no PDT – e perdeu a indicação para Roberto Cláudio. Escaldado, o grupo governista quer evitar que algo semelhante se repita.
Por que isso é importante? Porque o vice escolhido hoje terá de firmar alguns compromissos, quer de postular mais quatro anos, quer de abrir mão de se apresentar como nome para o pleito quando o governador precisar deixar a administração. É possível que isso limite o rol de potenciais quadros para compor a chapa ao lado do gestor petista.
Por Henrique Araújo n’O Povo