A deputada estadual Lia Gomes foi eleita democraticamente pelo povo do Ceará, com votos legítimos, o que lhe confere plena legitimidade para exercer sua função parlamentar, inclusive fiscalizando o Executivo, cobrando providências, opinando e se posicionando diante de questões públicas — como no recente episódio trágico ocorrido durante os festejos juninos de Sobral.

É natural, dentro de uma democracia madura, que parlamentares exerçam a função de fiscalização e pronunciem-se sobre eventos relevantes à sociedade, especialmente quando envolvem vidas humanas e segurança pública. A tentativa de rotular esse tipo de atuação como “oportunismo”, com sem incomodam alguns cães de guarda do prefeito de Sobral, revela mais o desconforto com a presença de uma oposição ativa do que propriamente indignação fundamentada.

Além disso, é importante lembrar que Lia Gomes representa hoje a principal voz de oposição em Sobral, sendo uma das únicas lideranças a se contrapor publicamente à gestão de Oscar Rodrigues. Em um cenário em que muitos se calam ou se omitem, ela tem sido firme — e por vezes incisiva — ao cobrar soluções, explicações e responsabilidades. Isso faz parte do jogo democrático e deve ser respeitado.

O tom agressivo e desqualificador de algumas críticas revela, na verdade, uma incômoda irritação com o papel ativo da parlamentar, que, mesmo enfrentando a máquina política e de comunicação do grupo governista, segue firme em sua atuação fiscalizadora. O uso de termos ofensivos como “zero à esquerda”, “síndica de prédio”, por vezes usados, ou insinuações sobre sua vida pessoal e hábitos fora do parlamento, revelam mais sobre quem escreve do que sobre a deputada em si.

A vida pública de Lia Gomes pode e deve ser avaliada criticamente — isso é saudável e necessário —, mas é fundamental que isso se dê no plano das ideias, dos projetos, da atuação parlamentar, e não por meio de ataques pessoais ou familiares. A população de Sobral merece um debate mais elevado, que coloque no centro as demandas reais da cidade e do povo, e não picuinhas político-partidárias travestidas de indignação moral.

Em suma, a deputada Lia Gomes tem exercido seu papel constitucional como parlamentar, fazendo oposição com voz própria, coragem e disposição, algo que, para muitos, é incômodo justamente porque toca onde dói: nas omissões e fragilidades da atual gestão municipal.