
Declaração de radialista sobre tragédia no São João de Sobral gera revolta e põe imprensa local em xeque
Um comentário feito por um radialista da Rádio Paraíso FM, emissora pertencente ao grupo empresarial do prefeito de Sobral, Oscar Rodrigues, tem gerado forte repercussão negativa nas redes sociais e entre os profissionais de comunicação da região.
Durante sua fala, o comunicador levantou a hipótese de que algum vendedor ambulante poderia ter causado, de forma proposital, a queda dos fios de eletricidade que alimentavam as barracas de comidas e bebidas na área destinada aos ambulantes durante os três primeiros dias do São João de Sobral como forma de sabotar o evento. O comentário foi recebido com indignação e interpretado por muitos como uma tentativa de desviar o foco das reais responsabilidades envolvidas na tragédia que resultou na morte da dona de casa Jussilene Mendes de Souza, deixando duas crianças órfãs.
A declaração soou ainda mais grave por partir de um profissional vinculado a um grupo de comunicação ligado diretamente à atual gestão municipal. Em vez de cumprir o papel fundamental da imprensa — que é fiscalizar o poder público e cobrar transparência e responsabilidade —, a atitude do radialista foi vista como uma tentativa de criminalizar trabalhadores informais, que também foram vítimas da falta de estrutura, segurança e planejamento do evento.
Especialistas e internautas lembram que cabe à Prefeitura de Sobral, ao CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e ao Corpo de Bombeiros garantir que eventos públicos ocorram dentro das normas técnicas e de segurança. A liberação de um espaço improvisado, com ligações elétricas precárias e denúncias de riscos já alertadas previamente nas redes sociais, expõe fragilidades graves na condução do São João de Sobral 2025.
A postura do comunicador, ao invés de promover uma apuração séria e transparente, apenas amplia a desconfiança sobre os interesses por trás da cobertura da tragédia.
É fundamental que a imprensa local atue com independência e responsabilidade, colocando a verdade e o interesse público acima de alinhamentos políticos e comerciais. A memória de Jussilene e o futuro de suas filhas merecem respeito — e não insinuações levianas.
Related Posts
AGM
Pronto terceirizam o crime, não sei mas o comunicador esta com uma visão meia capenga .
1 comentário