
O que conversaram, Ciro e Tasso (?)
Dias atrás, os aliados Ciro Gomes (PDT) e Tasso Jereissati (PSDB) estiveram à mesa para um café no escritório do ex-senador, nisso não há segredo. Mas sobre o que conversaram? Entre os tópicos, um é mais previsível: a potencial filiação do ex-presidenciável à legenda social-democrata. Sabe-se que Ciro está magoado com o PDT, conforme interlocutor, especialmente depois do silêncio que se seguiu à demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência. Caso deixe de fato o trabalhismo, o destino do ex-governador é o tucanato. Uma vez lá, porém, há divergência. Tasso, por exemplo, mantém expectativa de que Ciro possa concorrer ao Planalto pelo PSDB, seja como “cabeça” de chapa, seja como vice de um nome da oposição – o mais cotado é Tarcísio de Freitas.
NEM LÁ…
A preço de hoje, avaliam, o cenário estaria aberto, com Jair e Eduardo Bolsonaro fora do páreo e o governador de São Paulo hesitante entre uma reeleição certa e uma candidatura arriscada. Em tese, Lula não teria adversário.
NEM CÁ
E aí entraria Ciro, em torno de quem se aglutinariam algumas forças. Isso é uma leitura possível. Uma alternativa, porém, sugere que o ainda pedetista pleiteie o Governo do Estado com Roberto Cláudio na vaga de postulante a vice.
A CHAPA…
Sim, é isso mesmo. A “chapa dos sonhos” da oposição a Elmano de Freitas, ouvi de um “cirista”, é o ex-ministro encabeçando; RC, já no União, secundando; e, nas duas vagas para Senado, Capitão Wagner e Alcides Fernandes (PL).
… DOS SONHOS
Esse desenho poderia se alterar na hipótese de o bloco conseguir adesão de um partido do arco do PT, a exemplo do PSD. Para um oposicionista, a posição de Domingos Filho no Abolição não estaria solidamente amarrada.
NA MESA
A um ano e pouco das eleições, tudo isso é projeção, claro. Há dificuldades pelo caminho. Uma delas é a disposição de Lupi em não permitir que Ciro saia do PDT. Entre os dois, por sinal, já houve conversas, mas o impasse segue no horizonte.
INDECISÃO
O dirigente nacional brizolista não gostaria de abrir mão de Ciro em 2026. Por duas razões: o ex-presidenciável continua no jogo, mesmo que tenha perdido capital. Sua permanência é trunfo contra Lula se houver rompimento.
Por Henrique Araújo, na coluna vertical d’O Povo
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