
Salários, Privilégios e Burocracia: a contradição que marca a realidade de Sobral
Nos últimos dias, chamou atenção a notícia de que um funcionário foi contratado pela Prefeitura de Sobral com salário em torno de R$ 14 mil. O detalhe mais polêmico é que esse servidor já havia sido condenado pela Justiça por envolvimento em motim, fato que levanta questionamentos sobre critérios e prioridades na escolha de cargos de confiança.
O contraste é gritante quando se observa que, nesta mesma semana, foi lançado um edital de seleção para cadastro de reserva em um órgão da saúde. Nesse caso, o salário oferecido gira em torno de R$ 1.300,00, com um processo seletivo carregado de exigências burocráticas: comprovação de quitação eleitoral, certidões negativas da Justiça, histórico de vida funcional impecável, entre outros filtros.
Ou seja, enquanto para um trabalhador comum — que estudou, se qualificou e busca uma oportunidade digna — a porta de entrada é repleta de obstáculos, para outros, muitas vezes marcados por passagens polêmicas e até condenações, os caminhos parecem mais curtos, generosos e desburocratizados.
O Ministério Público, em muitos casos, tem agido no sentido de exigir que a lei seja cumprida de forma rigorosa para os pequenos, mas ainda engatinha no enfrentamento às distorções que beneficiam os “grandes”. Esse cenário contribui para um sentimento de injustiça social: os que carregam nos ombros anos de estudo e dedicação recebem pouco, enquanto os que ocupam espaços por apadrinhamento político desfrutam de altos salários.
Quem vive o dia a dia de Sobral percebe que a cidade, que já foi referência em avanços, tem dado sinais de retrocesso político e social. A proximidade de um novo ciclo eleitoral acende ainda mais esse debate: como será que a “nova dinastia” que se desenha pretende administrar essa realidade? Há quem diga que o projeto de poder tende a se perpetuar, aumentando privilégios de uns poucos, enquanto a maioria continua à margem.
No fim, fica a impressão de que em “terra de ignorantes”, como muitos ironizam, quem tem chancela política reina — e a conta sobra para os trabalhadores, estudantes e cidadãos que lutam diariamente para melhorar de vida, mas encontram um sistema que insiste em dificultar seu caminho.
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AGM
Esses detalhes tão importantes lembrei-me de inesqueciveis professores de infância e adolecencia com suas sabias narrativas como essa : ” em terra de cegos que tem um olho é rei” e em terra de ignorantes que não pensam , sentem aprendem, enchergam e ouvem, seram potencial almas penadas esperando pelo rei que terá momentos que será incapaz de enchergar o propio umbigo
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