Mesa Diretora da Câmara de Sobral tenta ‘se livrar’ de procuradores que não se alinham ao modo de gestão de Chico Jóia Jr.

Uma movimentação recente nos bastidores da Câmara Municipal de Sobral chamou a atenção dos que cobrem o dia a dia do legislativo sobralense. Isso porque, o presidente Chico Jóia Junior assinou a cessão dos procuradores de carreira Samir Nobre Chaves e Juliana Freitas para o Ministério Público da Comarca de Sobral, mas, segundo a ‘rádio corredor’, o presidente não acertou, muito mesmo avisou aos profissionais, que só ficaram sabendo dessa cessão arbitrária depois, e por terceiros.

Samir Nobre Chaves e Juliana Freitas são procuradores concursados e ao longo dos anos ganharam destaque na Casa do Povo por sua competência e dedicação. Causou estranheza a vereadores e servidores a decisão de Chico Júnior em ceder os profissionais ao MP, dado o reconhecimento da capacidade técnica e jurídica de ambos. O problema, dizem alguns, é que o presidente contratou bancas de advogados particulares para defender os interesses diretos e partidários da Mesa Diretora, e os serviços da equipe técnica da Casa Legislativa ficou em segundo plano.

DETALHE – Tão logo tomou ciência da total desinformação dos envolvidos, o MP, através do promotor de Justiça José Borges, da 1ª Promotoria de Justiça de Sobral, pediu a revogação imediata da cessão de Samir e Juliana, que seguem dando expediente da Câmara Municipal.

Segundo fontes ouvidas pelo Blog Sobral em Revista, fica evidente que o ato de cessão teve como objetivo retirar de cena os procuradores concursados, justamente no momento em que se processa a apreciação das contas do ex-prefeito Ivo Gomes, transferindo a análise exclusivamente a servidores comissionados e de confiança da Presidência. Tal conduta afronta os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade administrativa, transferindo para servidores contratados diretamente pelo próprio presidente Chico Jóia Jr. a análise do trâmite legislativo das contas do ex-prefeito Ivo Gomes.

A gravidade da situação se amplia ao considerar que, em menos de 24 horas, houve alteração do Regimento Interno da Câmara exatamente sobre o procedimento de apreciação e julgamento de contas dos prefeitos, medida que levanta dúvidas e questionamentos, que deveriam ser solucionados por procuradores concursados imparciais. A manobra, portanto, revela um desvirtuamento da cessão, configurando tentativa de enfraquecimento da atuação da Procuradoria Jurídica da Casa Legislativa em um momento crucial da política local.

Publicar comentário