O desmonte da política cultural em Sobral segue cobrando seu preço. Pela primeira vez, a edição sul-americana do Festival Internacional Eurochestries — que sempre teve a cidade como um de seus palcos de destaque — não contará com a participação da Prefeitura Municipal, da Escola de Música Maestro José Wilson Brasil e da Banda de Música Maestro José Pedro.

A ausência não é fruto do acaso: desde junho deste ano, as instituições estão sem contrato, o que paralisou suas atividades e deixou professores, alunos e músicos sem perspectivas. Um reflexo direto do descaso da gestão do prefeito Oscar Rodrigues, que tem se mostrado incapaz de dar continuidade a políticas públicas que fizeram de Sobral referência em cultura no Brasil.

O Eurochestries é reconhecido mundialmente como um dos maiores encontros de intercâmbio entre jovens músicos, reunindo orquestras, maestros e instrumentistas de diferentes países. Sobral sempre foi presença marcante no festival, graças ao trabalho dedicado de seus professores e artistas. Em 2025, no entanto, a cidade amarga o papel de coadjuvante, justamente quando deveria estar reafirmando sua tradição musical.

A falta de apoio da administração municipal, somada à desativação da Escola de Música e da Banda de Música, significa não apenas uma perda simbólica, mas também prática. Estudantes e artistas deixam de viver experiências internacionais que já estavam incorporadas ao calendário cultural da cidade, comprometendo a formação e o futuro de novas gerações.

Ainda assim, o festival segue em Sobral com uma programação de concertos e atividades pedagógicas, organizada pela própria direção do evento. Mas a ausência das instituições locais — que sempre foram protagonistas dessa história — expõe, mais uma vez, a dura realidade: Sobral está sendo silenciada pela gestão Oscar Rodrigues.