Uma mãe de aluno da Escola de Tempo Integral Teodoro Soares, em Sobral, procurou o Sobral em Revista para relatar sua indignação com a qualidade da alimentação oferecida aos estudantes. Segundo ela, o problema vem se repetindo há meses e tem causado insatisfação entre os alunos que passam o dia inteiro na unidade.

De acordo com o relato, o cardápio servido no almoço tem sido repetitivo e de baixa qualidade nutricional. “Meu filho passa a semana comendo carne moída de soja sem tempero. Antes era carne de charque por vários dias seguidos. Isso é um absurdo. Eles não são bichos”, desabafou a mãe, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

Os estudantes, que permanecem na escola das 7h às 16h30, deveriam receber alimentação balanceada e suficiente para o tempo de permanência. No entanto, há relatos de que a refeição tem sido racionada de forma desigual e, em alguns casos, insuficiente. “Tem aluno que recebe três pedaços de frango, outro recebe um só. E quando os últimos vão comer, dizem que acabou. Já viram até funcionárias saindo com depósitos de comida da escola”, afirma a denunciante.

Outro ponto levantado é a proibição de que os alunos levem comida de casa. “Se ao menos deixassem mandar o almoço de casa, a gente preparava uma quentinha. Mas não permitem. Isso é revoltante”, disse a mãe. Ela conta ainda que, recentemente, o lanche servido foi apenas biscoito cream cracker, “limpo e seco, sem suco, sem nada”.

A situação ganha ainda mais gravidade por se tratar de uma escola de tempo integral, onde os alunos passam praticamente o dia todo. “Meu filho chega em casa faminto, devorando tudo que vê pela frente. Um menino de 15 anos, ativo, que passa o dia sem se alimentar direito”, relata.

Enquanto isso, a Prefeitura de Sobral tem anunciado altos investimentos em formação de professores e pretende gastar milhões com o aluguel de transporte escolar. No entanto, segundo a mãe, falta o básico: garantir alimentação de qualidade para os alunos da rede municipal.