Silêncio na tribuna expõe crise de representatividade na Câmara Municipal de Sobral

A falta de voz na tribuna da Câmara Municipal de Sobral revela um problema que vai além da rotina legislativa: trata-se de uma crise de representatividade. Após mais de dez meses de sessões em 2025, o que se observa é um desinteresse quase generalizado dos vereadores em usar o espaço mais nobre da Casa — a tribuna — para defender as causas da população, debater problemas da cidade ou propor caminhos.

O Plenário 5 de Julho, que já foi palco de grandes debates e discursos históricos, hoje vive um vazio preocupante. Faltam tribunos, faltam ideias, falta energia política. Sobral sente a ausência de figuras que marcaram época, como José Maria Félix, Ismerino Mendes, Zezão Ibiapina, Dr. João Alberto, Luciano Linhares, Veveu Arruda e tantos outros que, por décadas, ocuparam o microfone com firmeza, convicção e profundo compromisso com o interesse público.

A atual legislatura, porém, mostra-se inerte. As falas são escassas, protocolares, sem profundidade ou impacto. Não há debates relevantes, não há enfrentamento de problemas reais, não há apresentação de soluções que dialoguem com o cotidiano do sobralense. É como se a Câmara tivesse perdido sua voz — e, com ela, o elo entre o povo e seus representantes.

O que está acontecendo com Sobral? Como aceitar que uma cidade com tanta história política e tradição democrática assista passivamente ao esvaziamento do seu parlamento? A tribuna não é apenas um microfone: é o espaço onde se exercita a democracia, onde se defendem direitos, onde se confrontam ideias — e onde o povo encontra eco.

Enquanto a Câmara permanecer calada, Sobral seguirá perguntando, e com razão: quem está realmente nos representando?

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