A Guararapes fechou e foi embora! Então, um grande ‘Viva a Grendene!’
O Grupo Guararapes que, mesmo tirando proveito do menu de incentivos fiscais que o governo do Ceará concede a quem investe aqui, decidiu fechar sua fábrica de confecções que empregava em Fortaleza cerca de duas mil pessoas.
A empresa, que tem sede em Natal (RN), deixou aqui uma multidão de desempregados, galpões vazios com 30 mil m² de área coberta e a constatação de que nem sempre a renúncia fiscal é a melhor saída para promover o desenvolvimento econômico e social do estado.
Imaginemos que, hoje, o Grupo Grendene decida deixar o Ceará e levar para outro sítio do país suas quase 10 unidades industriais instaladas e em operação no estado, nas quais trabalham quase 30 mil pessoas.
O que acontecerá em Sobral, onde sete dessas fábricas estão em pleno funcionamento, empregando diretamente, com carteira assinada, 20 mil trabalhadores, se os irmãos gaúchos Pedro e Alexandre Grendene, por qualquer birra, decidirem deixar de lado os incentivos fiscais cearenses e buscarem os ofertados por outros governos, como o da Bahia, por exemplo? Resposta simples: será o caos.
Mas, deixemos bem claro, esta é uma hipótese muito difícil de acontecer: a Grendene está integrada à vida econômica e social de Sobral e dos municípios onde fortemente atua. A empresa virou patrimônio estadual, sendo a maior empregadora de mão de obra do Ceará.
Hoje, a Grendene, que plantou profundas raízes neste estado, é a primeira contribuinte do ICMS em Sobral; a segunda maior é a empresa que lhe fornece as três refeições para a multidão de seus colaboradores.
A Grendene, como todas as empresas incentivadas no Ceará, goza de um abatimento do ICMS devido. No seu caso, são 75% de renúncia tributária em troca dos quase 30 mil empregos diretos que o grupo gaúcho mantém neste estado, aonde chegou em 1993, no governo Ciro Gomes. Ou seja, há exatos três décadas.
É hora de os cearenses darmos adeus à Guararapes e gritarmos “Viva a Grendene!”
Fonte: Blog do Egídio Serpa, no DN
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