O homem que pode causar um curto-circuito no bolsonarismo

Preso há quase três meses, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres sente o peso da solidão, das saudades da família e do abandono por Jair Bolsonaro, diz reportagem da Revista Crusoé, assinada por Vanessa Lippelt.

No recinto que lhe serve como cárcere, mobiliado com um sofá rasgado, uma mesa com quatro cadeiras e um banheiro de 3,75 metros quadrados, Torres desabafa com pessoas próximas. Ele se diz decepcionado com o ex-presidente por ele não ter lhe dirigido, desde a sua prisão, uma palavra de consolo e apoio. Deprimido, o ex-secretário confidenciou a interlocutores que a postura de Bolsonaro não condiz com o papel de um líder.

A mudança na defesa provocou especulações e acendeu a luz vermelha sobre uma possível delação premiada de Anderson Torres. Oficialmente, Eumar Novacki nega que seu cliente tenha algo a delatar ou interesse em fazê-lo. Na verdade, a medida está descartada “no momento”.

Uma delação premiada de Anderson Torres que aproximasse Jair Bolsonaro dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro teria um impacto atômico. O choque político seria imediato, ainda que efeitos jurídicos dependam da existência de provas contundentes.

Fonte: O Antagonista

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