É consenso no mercado financeiro que o governo Lula demorou para admitir a necessidade de um ajuste fiscal para controlar as contas públicas. Nesta terça-feira (5/11), o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, acelerou com força durante boa parte do dia graças à expectativa de anúncio do programa de corte de gastos, o que demonstra a resistência do presidente Lula em aprovar medidas nessa direção provocou efeitos negativos no mercado de capitais do país.
A questão, obviamente, não diz respeito apenas ao desempenho dessa indústria. Sem desatar o nó dos gastos públicos, o Brasil estará condenado a crescer pouco – ou mesmo sequer a crescer –, não haverá recursos para investimentos indispensáveis e o futuro permanecerá sombrio e incerto. Preso a velhos dogmas do passado, o terceiro governo Lula tem ignorado a questão, e agora não há mais espaço para discursos contrários à agenda de austeridade.
Por Amaury Segalla, no Jornal Estado de Minas