Classe média com a corda no pescoço

O percentual de famílias com dívidas a vencer permaneceu inalterado em maio pelo quarto mês consecutivo, representando 78,3% das famílias no País. Mas, segundo estimativa da CNC, esse índice deve voltar a crescer em julho deste ano. Levantamento da entidade apontou ainda que, desse total, 18% dos brasileiros se consideram muito endividados, maior percentual desde agosto de 2022. O endividamento dos consumidores permanece estável desde dezembro do ano passado, especialmente por conta do encarecimento e da seletividade das concessões de crédito pelas instituições financeiras.

A taxa média de juros das concessões de crédito às pessoas físicas alcançou 59,7% ao ano em abril, o maior percentual desde agosto de 2017, segundo dados do BC. Em maio, 79,6% das famílias que ganham de três a cinco salários estavam endividadas – maior percentual entre as faixas de renda observadas – um aumento de 0,9%, sobre abril, e de 1% no comparativo anual.

Daquelas famílias que têm rendimentos de cinco a dez salários mensais, 78% estavam endividadas em maio, um crescimento de 0,2% na comparação mensal e de 2% sobre maio de 2022. O padrão se repetiu no que diz respeito à inadimplência, com aumento do indicador na classe média: o contingente de pessoas que recebem entre três e cinco salários mínimos e estão com dívidas atrasadas cresceu 1,9% em maio; e, entre aquelas que ganham de cinco a dez salários, o índice subiu ainda mais: 2,1%.

Por Rubens Frota, n’O Estado

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