O Ceará tem uma lista com 44.996 pessoas aguardando por cirurgias eletivas (procedimentos de diferentes complexidades, mas que não são considerados de urgência), conforme informação repassada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a pedido do Diário do Nordeste, na quarta-feira (7/6). Muitas estão nessa fila há anos. A remoção de vesícula, de hérnia inguinal e de útero lideram a relação de espera.
Não há um tempo, oficialmente divulgado, entre a entrada do paciente na fila até a realização da cirurgia, como avalia Gleydson Borges, diretor do Colégio Brasileiro de Cirurgiões no Nordeste. “Existe uma margem de erro grande. O que a gente observa é uma demora de, pelo menos, dois anos”, acrescenta.
Mas para alguns isso se prolonga por 5 anos ou mais, dependendo da complexidade e da disponibilidade de materiais. Mesmo não tendo o caráter de urgência, a demora para a realização do serviço limita a rotina dos pacientes que passam a conviver com a dor, com a incerteza do atendimento e com os prejuízos psicológicos.
Em abril deste ano, o Ministério da Saúde aprovou o Plano Estadual de Redução das Filas do Ceará, quando foram estimados 41.105 pacientes no aguardo. Por isso, um aporte de R$ 25,9 milhões foi feito pelo Governo Federal para atender 15.900 pessoas em 12 meses – o restante ficando à cargo do Estado, que não delimitou um prazo para o atendimento.
Apesar dessa divisão, a fila de espera é única e os critérios da lista incluem a ordem cronológica, a gravidade e os casos em que há a intervenção da Justiça para a priorização de pacientes. O Ceará tem 55 unidades efetoras responsáveis pelo agendamento, autorização e realização das cirurgias distribuídas entre os municípios.
As unidades de saúde vão ampliar de 10% e 15% a realização de cirurgias para reduzir essa espera. Para isso, devem atuar em turnos alternativos e no fim de semana, como é o caso do Hospital Geral de Fortaleza (HGF).
No Ceará, o planejamento e as ações são estruturadas para funcionar numa logística a longo prazo e dar celeridade aos novos casos que surgem. “Essa fila precisa de um gerenciamento, cada instituição está montando um plano e os hospitais têm trazido isso (planejamento)”, conclui.
Fonte: Diário do Nordeste