Sobral mais uma vez se vê diante de um episódio que desafia os princípios básicos da administração pública. Durante a abertura das Olimpíadas dos Servidores, chamou atenção o uniforme do time da própria Secretaria de Esportes, o Sespol FC, que traz estampado o nome do vereador Mário Victor — filho do atual secretário da pasta, Mário Júnior.

A situação gerou indignação entre servidores e observadores atentos da cena política local. Isso porque a Constituição e as normas que regem a administração pública são claras quanto ao princípio da impessoalidade, que proíbe o uso de cargos, funções ou recursos públicos para promoção pessoal de agentes políticos ou de seus familiares.

Em um cenário em que se espera ética, respeito e transparência, o episódio soa como uma afronta à seriedade que deveria marcar o evento — voltado justamente à integração e valorização dos servidores. Ao invés disso, o que se vê é um uso político e pessoalizado de uma competição pública, com uniforme financiado por recursos e estruturas da própria secretaria.

Mais do que uma simples “falha de comunicação”, o caso expõe o provincianismo e o descuido com as boas práticas administrativas. Em qualquer cidade comprometida com a ética pública, o episódio seria motivo de explicações imediatas e de medidas corretivas.

Em Sobral, porém, parece que a regra da impessoalidade foi substituída pela velha máxima: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”