Com a notícia de queda recorde na popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem cada menos chances de conseguir fechar logo uma aliança em torno de sua candidatura à reeleição ou de apoio ao nome que poderá encarnar a candidatura em seu campo político. Lula queria, com a reforma ministerial, dar mais espaço ao Centrão e, com isso, firmar compromissos de apoios em 2026 de legendas como o MDB, o PSD, o PP, o Republicanos e o União Brasil. Todas essas siglas já têm pastas no governo, mas não se obrigaram a entregar apoio no Congresso, por exemplo. Agora, rejeitam o compromisso de se aliarem a Lula e ao PT nas próximas eleições.
O maior nó da reforma ministerial há algum tempo agora ficou ainda mais apertado diante dos números apresentados pelo Datafolha na sexta-feira (14/2), mostrando que a aprovação do presidente desabou em dois meses de 35% para 24%. É o menor índice do petista em seus três governos.
O MDB, por exemplo, trabalha com a perspectiva de ampliar sua participação no governo. A ideia do partido é assumir a SRI (Secretaria de Relações Institucionais), hoje nas mãos de Alexandre Padilha (PT). Conversas nesse sentido já ocorreram, segundo lideranças do partido. Para a vaga, o nome cotado é o do paraibano Isnaldo Bulhões (foto). Ele teria a simpatia do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o que poderia facilitar a articulação.
Enquanto as movimentações de Lula seguem no caminho de amarrar os apoios, o MDB foge desse compromisso. Para membros do partido, principalmente de São Paulo, um “compromisso eleitoral com o PT de Lula ainda tem um caráter tóxico”. Um integrante da legenda considerou que o antipetismo ainda é muito forte em consequência da grande polarização das eleições passadas.
A SRI é estratégica por ser responsável pelas negociações com o Congresso a cada votação e, também, pelos acertos para liberação de emendas parlamentares.